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Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas vai coordenar rede de pesquisa que estudará praga que atinge produção de feijão

A Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) vai coordenar uma rede de pesquisa, envolvendo algumas das principais instituições de pesquisa agrícola do Brasil e do exterior, relacionada à resistência do feijoeiro à mancha-angular, considerada a principal doença foliar da cultura. O planejamento foi feito durante o treinamento realizado no United States Departament of Agriculture (Usda), em Beltsville, nos Estados Unidos, pelo chefe do Centro de Pesquisa da Epamig Zona da Mata, Trazilbo José de Paula Júnior, em novembro de 2009. O objetivo é propor, até meados de 2011, uma nova série diferenciadora de feijão para caracterização das raças do fungo Pseudocercospora griseola, causador da mancha-angular, que será utilizada em todo o mundo.

A rede de pesquisa vai envolver, além da Epamig, a Universidade Federal de Viçosa (UFV), Universidade Federal de Lavras (Ufla), Embrapa Arroz e Feijão, Instituto Agronômico (IAC), Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), a Universidade Estadual de Maringá (UEM) e o Centro Internacional de Agricultura Tropical (Ciat), que congrega pesquisadores de diversos países. Os testes com as cultivares de feijão serão concentrados na Epamig Regional Zona da Mata, em Viçosa, em parceria com a UFV, mas serão repetidos nos demais centros de pesquisa.

“A identificação das fontes de resistência, por meio do envolvimento das principais instituições brasileiras que conduzem programas de melhoramento do feijoeiro, é uma estratégia eficiente de defesa agropecuária, especialmente por contribuir diretamente para a prevenção de doenças e minimizar a utilização de defensivos”, observa o pesquisador. Ainda segundo Trazilbo, os programas de melhoramento do feijoeiro são praticamente todos desenvolvidos pelo setor público e, geralmente, as instituições trabalham com pouca interação. “Um trabalho em rede, com intercâmbio de informações e de germoplasma e padronização de metodologias contribuirá para uma redução efetiva dos custos de produção e da contaminação causada por fungicidas”, afirma.

A pesquisa em rede vai utilizar os bancos de germoplasma das instituições como principal ferramenta. O pesquisador explica que todos os programas de melhoramento apresentam centenas de linhagens de feijoeiro em seus bancos de germoplasma, oriundas de coletas realizadas em regiões produtoras e obtidas nos programas de melhoramento. Portanto, tem melhor adaptação que as linhagens introduzidas, além de possuírem alelos de resistência às raças de patógenos prevalecentes no país.

Importação de sementes

A pesquisa com a mancha-angular está na fase de importação de sementes de cultivares de feijão com potencial para fazer parte da série diferenciadora, formada por um conjunto de 12 cultivares. Essas cultivares mostra alta resistência a várias raças do fungo em trabalhos realizados em diferentes países. “Uma das pesquisas básicas no trabalho de melhoramento do feijoeiro para resistência à mancha-angular é o monitoramento do fungo, ou seja, conhecer quais as raças de P. griseola estão presentes nas principais regiões produtoras do Brasil”, explica Trazibo.

A mancha-angular é a principal doença foliar do feijoeiro na atualidade, causada pelo fungo P. griseola. Esse fungo destaca-se pela alta variabilidade genética, ou seja, possui muitas raças diferentes, o que dificulta os trabalhos de melhoramento que visam ao desenvolvimento de cultivares de feijão resistente à doença. A identificação das raças é feita com a inoculação artificial do fungo em um conjunto de 12 cultivares de feijão (série diferenciadora). Esse conjunto foi definido em um congresso internacional realizado em 1994, no Centro Internacional de Agricultura Tropical (Ciat), em Cali, na Colômbia, com a participação de pesquisadores de todo o mundo, sob a liderança do Dr. Marcial Pastor-Corrales, um dos mais renomados fitopatologistas do mundo em cultura do feijoeiro. Entretanto, por causa da alta variabilidade genética do fungo, tem se tornado urgente substituir as cultivares de feijão da série diferenciadora.

Fungos causam instabilidade na produção

A cultura do feijoeiro está presente no Brasil em área aproximada de 3,8 milhões de hectares. Envolve desde agricultores tipicamente de subsistência, até grandes empresários rurais. Entre os fatores que reduzem a produtividade e causam instabilidade de produção estão os patógenos, especialmente os fungos. Embora o uso de fungicidas seja frequente na cultura do feijoeiro, a principal alternativa de controle é o emprego de cultivares resistentes. Trazibo ressalta que quase todos os patógenos apresentam variabilidade patogênica, o que torna a vida útil das cultivares efêmera.

A pesquisa em rede foi facilitada porque o pesquisador da Epamig já coordena o projeto “Estruturação de rede de prevenção de doenças do feijoeiro”, financiado pelo CNPq/Mapa (2008-2011), que prevê justamente a formação de uma rede de trabalho entre fitopatologistas e melhoristas da cultura do feijão no Brasil. Além da Epamig, participam do projeto a UFV, a Ufla, a Embrapa Arroz e Feijão, o IAC e o Iapar.

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