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Fiscalização ambiental reprimem extração irregular de areia nas margens do Rio Lambari, afluente do Rio Pará, no Centro-Oeste de Minas

Um empreendimento teve suas atividades suspensas e outros quatro foram multados nos três primeiros dias da operação de fiscalização de atividades irregulares de extração de areia nas margens do Rio Lambari, afluente do Rio Pará, no Centro-Oeste de Minas. A ação é promovida pelo Comitê Gestor de Fiscalização Ambiental Integrada (CGGAI) do Sistema Estadual de Meio Ambiente (Sisema).

Já foram alvo da fiscalização os municípios de Araújos, Perdigão, Leandro Ferreira e Bom Despacho. De acordo com a gerente de Monitoramento e Fiscalização do Igam, Marúsia Guimarães, um empreendimento localizado em Araújos teve as atividades suspensas por estar extraindo argila sem regularização ambiental e foi multado por ter feito intervenções em área de preservação permanente.

Ainda em Araújos, dois empreendimentos foram multados. Um por estar dispondo óleo de forma inadequada e outro, que apesar de ter outorga para captação de água do rio, estava fazendo a captação a cerca de dois quilômetros de distância da área autorizada pelo Igam. “Nesse caso, além da multa, o empreendedor teve sua outorga cancelada”, explica Marúsia.

A gerente informa, ainda, que a fiscalização tem também um caráter educativo. “Nos deparamos com empreendimentos regularizados ambientalmente mas que estão dispondo o resíduo final da extração de areia de forma inadequada”, explica. Nesses casos, os ficais estão orientando os empreendedores e solicitando documentos como o Projeto Técnico de Recuperação Florestal (RPTF) e o Plano de Recuperação de Área Degradada (PRAD).

A fiscalização, que termina nesta sexta-feira (18), ainda vai passar pelos municípios de Nova Serrana e Divinópolis.

Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais valoriza agricultura familiar e vai desenvolver sistema agroecológico para plantas medicinais, aromáticas e condimentares

Resgatar o saber popular sobre plantas medicinais, aromáticas e codimentares e, ao mesmo tempo, gerar renda para o agricultor familiar. Este é o objetivo de um projeto da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), em Varginha, no Sul de Minas. Os pesquisadores, junto com agricultores e instituições parceiras, vão desenvolver, de forma inédita, tecnologias para o sistema de produção agroecológico dessas plantas, por meio da implantação de unidades de produção de mudas, demonstração e beneficiamento.

A proposta também passa pelo resgate da sabedoria popular, patrimônio de comunidades quilombolas, indígenas ou comunidades ribeirinhas que detêm esse conhecimento há várias gerações. O pesquisador da Epamig e coordenador do projeto, Elifas de Alcântara, explica que o projeto tem três bases de apoio: cultivo; manipulação e estudo dos princípios ativos; recomendação e prescrição médica. Nas duas últimas, o projeto conta com a participação de farmacêuticos, bioquímicos e médicos.

Foram selecionadas para estudo 22 plantas aromáticas e medicinais, levando-se em consideração os problemas de saúde mais comuns em Varginha, além de mais 13 plantas aromáticas e condimentares. Três espécies são brasileiras e 19, exóticas. Segundo levantamento feito pelo médico colaborador do projeto, Giorgio Frapiccini, as doenças mais frequentes são problemas digestivos, diabetes, hipertensão, doenças respiratórias e problemas de fundo emocional (ansiedade e depressão), problemas de pele e feridas.

O projeto Geração de Renda, Conhecimentos e Sustentabilidade Socioambiental para a Agricultura Familiar pelo Uso e Produção de Plantas Medicinais, Aromáticas e Condimentares em Sistemas Agroecológicos na região Sul de Minas Gerais foi aprovado pelo Ministério de Desenvolvimento Agrário (MDA) e Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT) e CNPq. Conta com participação de agrônomos e médicos, além de instituições apoiadoras como Prefeitura de Varginha, Emater-MG, Sebrae-MG, Senar e universidades.

Oportunidades

Os técnicos da Epamig já fizeram a análise do solo e descobriram que precisarão usar menos adubo do que o previsto. No momento, a terra está sendo preparada para o plantio. Na primeira fase do projeto, 20 agricultores cultivarão as plantas em uma área de 300 m2 por propriedade. O plantio terá início em outubro, com previsão de colheita em abril. “Após a primeira colheita, será possível avaliar qual planta foi mais produtiva em determinada propriedade e assim obtermos uma estimativa de renda para cada produtor”, informa o bolsista da Epamig e especialista em fitotecnia, Nilmar Arbex.

Para o cultivo, serão empregadas técnicas usadas na olericultura (plantio de hortaliças) adaptadas para o cultivo das plantas medicinais. O projeto vai permitir geração de conhecimento para agronomia e para a farmacologia, com a definição de princípios ativos existentes nas plantas e suas aplicações.

Os produtores estão sendo orientados por pesquisadores da Epamig sobre escalonamento de plantio, produção de muda, colheita e processo de secagem. Também serão capacitados para produção e gerenciamento do seu próprio negócio, pelo Sebrae-MG, que treinará os novos empreendedores para implantação futura de uma associação de produtores de plantas aromáticas e medicinais em Varginha. Arbex aposta na transformação do município em polo de produção de plantas medicinais. “Pode ser uma oportunidade para cidades que tenham potencialidade para cultivo de fitoterápicos ou produção laboratorial”, avalia.

Para o produtor José Antônio Domingueti, o projeto surgiu como novo negócio para diversificação de sua renda. Ele produz hortaliças para mercados e sacolões de Varginha, e café na propriedade rural do seu pai. “Quero diversificar minha renda e empregar minha esposa no trabalho com as plantas medicinais”, afirma. Domingueti já cultiva hortelã e em outubro iniciará, numa área de cerca de 200m², o cultivo orgânico de várias plantas medicinais

Plantas que curam

De acordo com o pesquisador Nilmar Arbex, um dos grandes objetivos do projeto é que também a área científica tenha conhecimento das plantas medicinais, validando-as ou não. “A maior parte delas está sendo validada, porém, com alguma ressalva. Queremos validar esse conhecimento e dar um retorno seguro àquelas pessoas que as divulgaram anteriormente”, afirma.

A literatura médica mundial mostra que o alho é um alimento inibidor dos radicais livres, principais agentes causadores de câncer, e do envelhecimento precoce. Os valores terapêuticos do alho estão concentrados em dois antibióticos naturais. “Creio que quem come alho cru não pega gripe. Há vinte anos não gripo e credito isso ao consumo do alho in natura”, afirma Arbex.

O alho é uma planta milenar e tem sido esquecida na medicina caseira. É usado como condimento, mas é um produto que tem efeito sobre gripe, e combate a trombose. “A literatura mostra isso. Não é descoberta nossa”, ressalta Elifas de Alcântara. O alho aquecido ou usado como condimento não tem o valor terapêutico, pois exalam as substâncias que têm ação terapêutica. O selênio é um mineral encontrado no alho e vital para a saúde, pois é requerido por enzimas antioxidantes que regulam o sistema imunológico.

Já o guaco pode ser utilizado no tratamento de bronquites, tosse, sintomas associados a gripes e resfriados. Arbex dá algumas dicas para se obter melhor resultado do chá de guaco. “Jamais usar utensílio de alumínio. Substitua-o por porcelana, esmaltado ou vidro. Se não puder levá-lo ao fogo, coloque-o em banho-maria. Quando a água começar a borbulhar, desligue ou deixe ferver e aguarde esfriar para uma temperatura perto de 60ºC. Em seguida, coloque a planta em uma vasilha e despeje a água quente. Abafe por 10 minutos. Quando destampar, escorra o óleo que está na tampa para dentro da vasilha. Utilize mel ou açúcar mascavo”, ensina o pesquisador.

Veja em imagens o quadro do Programa Plantas Medicinais.