Implantação e condução de um canavial, utilização da cana-de-açúcar na alimentação bovina, variedades de canas melhoradas e técnicas para conservação do solo e água foram os temas apresentados no 1° Dia de Campo Cana-de-Açúcar, realizado quinta-feira (17), na Fazenda Experimental da Epamig em Itabira (FEPI), na região Central do Estado. Mais de 120 pessoas, sendo produtores, extensionistas, médicos veterinários e técnicos, conheceram seis variedades de canas, plantadas em viveiro de mudas naquela unidade.
Na abertura do evento, o prefeito de Itabira, João Izael Coelho, destacou a importância da criação da Fazenda Experimental para a economia do município. “Esta fazenda poderá ajudar a fomentar a agropecuária na região, sendo no futuro, mais uma alternativa de emprego e renda”, afirmou.
Segundo o pesquisador da Epamig Centro-Oeste Geraldo Macedo, as variedades de cana melhor adaptadas à região foram: RB 867515, RB 801816 e SP 803280. “Essas variedades apresentaram melhor produtividade e teor de sacarose”, explicou. Ele alertou que antes de implantar o canavial é necessário verificar o propósito da plantação, fazer análise de solo e avaliar qual produtividade espera-se daquele canavial e por fim, fazer a adubação.
De acordo com o médico veterinário de Itabira Giovane Novaes, os produtores do município têm utilizado canas “brancas”, sem tecnologias, para o trato de gados Gir e Girolando. “Alguns produtores já utilizam técnicas de inserção do calcário no canavial, como foi demonstrado pelos pesquisadores, mas é a minoria”, opinou. O produtor de gado leiteiro Antônio Vitor de Souza utiliza cana na alimentação do seu pequeno rebanho, mas tem dificuldade no manejo. “Vim em busca de técnicas para condução do meu canavial. Tenho dificuldade no controle de capim braquiária”, explicou.
Os pesquisadores da Epamig apresentaram também as potencialidades da cana e do manejo de pastagem em cada propriedade. “A cana tem vantagens como: a silagem de cana tem custo menor do que a silagem de milho, além de que o seu período de colheita coincide com a escassez das pastagens. Pode ser uma alternativa boa e barato”, informou o pesquisador Manoel Cláudio Vitor.
Diversificação na Economia
Embora maior parte da economia de Itabira seja sustentada pela atividade industrial, a agropecuária representa a realidade de algumas famílias do município e região. E pode ser uma alternativa para a economia local que sofreu efeitos negativos, devido à crise econômica mundial. Segundo o economista, Henrique Duarte Carvalho, que é professor de Economia na Fundação Comunitária de Ensino Superior de Itabira, a atividade agropecuária pode ser uma das válvulas de escape para esse problema. “Embora seja uma região sustentada pela atividade, mineração, creio que com planejamento, o agronegócio seja uma alternativa para a economia itabirana”, disse.
Henrique afirmou que até na década de 70, a agropecuária abastecia a cidade e, atualmente, a cidade abastece o campo. “Precisamos recuperar nossa identidade rural e capacitar às pessoas do campo. A Fazenda Experimental da Epamig terá um papel fundamental nesse processo”, explicou.
De acordo com o economista, a produção local de alimentos ainda não é suficiente para produzir merenda escolar que abastece as escolas do município. “A Prefeitura está finalizando o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), que poderá receber recursos dos governos federal e estadual, como forma de incentivo ao produtor e para criar um ambiente sustentável para o Agronegócio”, informou.
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