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Governo Aécio implementa novas técnicas para produção de leite

Até o final deste ano vai subir para 390 o número de fazendas que contam com a assistência do programa Minas Leite, criado pelo Governo Aécio Neves por meio do Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa). Essas propriedades são beneficiadas por ações de modernização que alcançam também os demais segmentos da cadeia produtiva do leite cadastrados no programa. Com apoio tecnológico de baixo custo, os produtores têm condições de aumentar a produtividade e melhorar a renda, oferecendo um produto de qualidade.

Na comparação com os dados do ano passado, o número de propriedades com acompanhamento do Minas Leite aumentou 270,7%. Havia 144 fazendas cadastradas no programa. “O trabalho para a inclusão de novas propriedades continua, e a meta para o próximo ano é contar com 500 unidades sob assistência, informa o coordenador do programa pela Seapa, Rodrigo Puccini Venturin. “A projeção para 2011 é de mil fazendas cadastradas”, diz ainda o assessor.

De acordo com Venturin, o programa obteve em 2009 a adesão de fazendas localizadas nos municípios de Almenara (Vale do Jequitinhonha), Guanhães (região Leste) e São Francisco (Norte do Estado). Lançado em setembro de 2007, o Minas Leite teve como piloto o município de Curvelo (região Central) e depois alcançou também Montes Claros (Norte), Patos de Minas (Alto Paranaíba), Alfenas (Sul) e Juiz de Fora (Zona da Mata). Venturin explica que a produção média de leite, por animal, nessas regiões, antes do lançamento do programa, ficava em torno de 4,6 litros/dia. Com o acompanhamento técnico, passou para 7,2 litros/dia e atualmente é da ordem de 8,2 litros/dia.

O coordenador observa que a expansão do Minas Leite é consequência principalmente da propaganda feita pelos produtores integrados ao programa. “Eles têm alcançado muitos benefícios para suas propriedades e os resultados chamam a atenção. Esses produtores fazem a difusão das orientações sobre a boa gestão da atividade que recebem dos extensionistas da Emater-MG”, acrescenta Venturin. “Além do trabalho realizado pelos produtores, o Minas Leite tem uma agenda de dias de campo para levar os resultados do programa a participantes em potencial e reforçar a orientação entre aqueles que já aderiram”, diz o coordenador. Ele estima que cerca de 3 mil produtores do Estado já receberam, por esses meios, informações sobre o Minas Leite.

Propriedade modelo

Eli José da Costa Filho é um dos produtores integrados ao Minas Leite que ajudam a divulgar o programa. Em sua propriedade, a Fazenda do Roçado, localizada no município de Buenópolis, região Central de Minas, a produção de leite aumentou mais de 200% nos dois últimos anos. Foi um salto de 300 para 700 litros/dia. Para a obtenção desses números, ele explica, foi decisivo o melhoramento da genética do plantel com a introdução do gado girolando. “Atualmente contamos com 54 vacas, sendo que 45 estão em período de produção. O investimento com a aquisição de bons animais dá retorno: o leite é vendido na região, atualmente, por R$ 0,78.

O produtor acrescenta que incluiu também no plantel um touro guzerá adquirido em feira do Pró-Genética realizada há mais de dois anos em Curvelo. O Pró-Genética, também criado pela Secretaria da Agricultura em parceria com a ABCZ, tem por objetivo facilitar a introdução de animais melhoradores nas propriedades para aperfeiçoar os rebanhos de leite e de corte. “O touro transferido para a Fazenda do Roçado gerou, em um ano, 43 bezerros bem cotados no mercado”, comemora o produtor.

Segundo Eli José, está programada também a implantação do sistema de piquetes na Fazenda do Roçado para facilitar o controle da alimentação do gado. “Essa iniciativa não foi adotada até agora porque o pasto estava em reforma”, ele explica. Os piquetes ou áreas de pastagem, instalados próximos do local de ordenha, são protegidos por cercas eletrificadas, que podem ter como suporte estacas de madeira ou bambu obtidas na propriedade. Na área protegida há um espaço com sombra onde os animais encontram alimento básico constituído de cana-de-açúcar com uréia, além de sal e água.

As atividades na fazenda têm o acompanhamento do extensionista Syllson Oliveira Ottoni, informa Eli José. “Ele acompanha, entre outras ações da propriedade, o trabalho de confinamento dos animais com base em silagem produzida na propriedade. Por enquanto dependemos apenas de fornecimento externo de ração balanceada”, ressalva. “Trabalhamos com sorgo e milho de produção própria garantida pelo sistema de integração lavoura e pecuária”, assinala.

A produtividade média de milho na Fazenda do Roçado é da ordem de 75 sacas por hectare. Segundo o produtor, o cultivo de milho representa um grande avanço, porque antes a propriedade tinha dependência total desse grão. Além de incluir o milho na alimentação do gado, Eli José obtém renda colocando o produto no mercado com a cotação média do saco de 60 quilos na ordem de R$ 20,00.

O sistema de integração, na propriedade, será ampliado com a inclusão de florestas, conforme projeto desenvolvido pela Emater. A árvore indicada, segundo Eli José, é o eucalipto. De acordo com o agricultor, o plantio será iniciado neste ano, no período das chuvas.

Agricultura familiar

Segundo o extensionista Syllson Oliveira Ottoni, “o produtor Eli José é uma referência importante para os demais agricultores do município, inclusive aqueles que ainda não aderiram ao Minas Leite”. Ele acrescenta que “o trabalho realizado na fazenda é muito importante e mostra a força de um pequeno grupo de agricultores familiares – Eli José, em companhia da mulher e da mãe”.

O coordenador do Minas Leite pela Emater-MG, Elmer Ferreira Luiz de Almeida, também ressalta que a propriedade de Eli José está crescendo porque utiliza todos os fundamentos disponíveis, e assim tornou-se um modelo de propriedade leiteira. “O produtor sabe tirar proveito do suporte oferecido pela extensão rural. Além de alcançar os benefícios dos programas associados ao Minas Leite, como o Pró-Genética e o sistema de Integração Lavoura e Pecuária, Eli José teve acesso também ao crédito rural por intermédio do Pronaf. “Buscar o acesso a oportunidades e programas também faz parte da boa gestão”, finaliza o coordenador.

Atividade forte

Minas Gerais tem o maior rebanho leiteiro do país, composto por 7,2 milhões de vacas. O Estado é o maior produtor nacional de leite, com 7,8 bilhões de litros/ano, totalizando um terço de toda a produção do Brasil. Lideram a produção o Sul de Minas, com 18%, e a região Central, com 16% do volume. A atividade leiteira no Estado apresenta também um importante papel social, respondendo por cerca de 1,2 milhão de empregos. Mais de 70% dos produtores são de pequeno porte, com a retirada abaixo de 100 litros por dia. Os integrantes desse grupo podem se cadastrar no Minas Leite, nas unidades da Emater-MG, devendo comprovar a sua condição de agricultores familiares.

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